Tragédia ao volante: trabalhador morre prensado por caminhão em depósito no bairro Pioneiros

Em plena tarde desta terça-feira, a Rua Ana Luiza de Souza, no bairro Pioneiros, em Campo Grande, tornou-se palco de um acidente tão rápido quanto fatal: o caminhoneiro José Alves Santana, de 62 anos, perdeu a vida ao ser prensado entre o próprio veículo de carga e o meio-fio de uma empresa de depósitos de materiais de construção.
Testemunhas relataram que José, com décadas de experiência na condução de caminhões, havia acabado de estacionar o veículo em frente ao depósito para realizar entregas e aguardar o retorno de um colega que buscaria nova encomenda. Foi neste intervalo de segundos — possivelmente por falha no freio de mão ou desengate involuntário — que o caminhão avançou sozinho. José acabou prensado contra o meio-fio, com o tórax comprimido entre a roda traseira e a estrutura da calçada, sem chance de reação.
O impacto deixou o caminhão cravado em cima de um carro preto que estava estacionado na frente do depósito, formando uma cena de caos técnico e humano. Equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Perícia Científica foram acionadas, isolaram o trecho entre as ruas Gaspar de Lemos e Pedro Lopes de Souza e utilizaram guincho pesado para erguer o caminhão e permitir a remoção do corpo da vítima.
O delegado responsável pelo caso, João Cléber Dorneles, informou que as investigações apontam para falha operacional ou mecânica como causa mais provável, e que não há, até o momento, indícios de crime. “Ele estava muito próximo do veículo quando este começou a descer. Poucos segundos se passaram entre o avanço e o impacto fatal”, declarou.
O episódio reacende reflexões sobre segurança e manutenção no ambiente de trabalho e no trânsito urbano com veículos pesados: desde travamento adequado do freio de estacionamento até capacitação operacional e fiscalização do estado de conservação dos equipamentos. É uma tragédia que não se limita a história de vida única — alerta para o risco coletivo.
Agora, resta à família de José o amargor de uma vida interrompida no exercício da labuta, em um local comum do cotidiano industrial. À sociedade, o lembrete de que cada curva, cada freio, cada bloqueio manual pode significar a diferença entre trabalho, acidente e morte.
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